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domingo, 30 de novembro de 2014

"Conheci um Anjo"

   Ela era tão doce que o mel não era o suficiente para comparar a tanta doçura. Os olhos eram pequenos, não eram azuis, nem verdes, apenas um castanho diferente. O nariz, o pé, a mão não eram tão perfeitos como ela gostaria. Ela sempre andava com firmeza, falava de madeira esclarecedora e com segurança. As palavras mencionadas sempre tinham coerência e sempre com a voz branda e suave, como o frescor do vento.
   Olhava firme, sempre sorria, dela nunca se viu uma lágrima sequer. As roupas eram combinações e criações próprias, de maneira tão delicada que não eram feias. O olhar era como de uma criança e a voz também. Sempre falava pouco, era notável a vontade de falar, mas da boca não saia som, chegava a incomodar, era preferível que fosse mais comunicável. Como se guardasse um segredo, oras parecia que seria revelado oras não. Não saldava as pessoas com beijos no rosto, mal aceitava os de sua mãe, que com batom vermelho marcava a bochecha, limpava rápido com a mão para que não houvesse deboche.
   Quanto mais buscava vê-la, não a encontrava. Procurar como louco esperando apenas pegar em sua mão ou lhe acariciar o rosto, ter a atenção dela, nem que fosse por segundos, sempre sentia o olhar dela sem eu vê-la, tentava imaginar seus passos vindo a mim, juntava a melhor parte de cada moça para tentar procurar um rosto para amar, as melhores atitudes, a perfeição ilusionaria, como se tal ato fosse possível e racional. Pensava que a alma dela poderia surgir como numa mágica e ela se tornasse o que eu precisava ver, ter e ouvir de alguém. Mas ela era apenas o sonho da minha alma, era só o anjo que eu nunca vi.

Escrito por Fernanda Fidélis ;; Edição Chrystian Rainier 

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